domingo, 25 de novembro de 2012

236.

Hoje escrevi mais um texto sobre você. Não é nenhuma novidade, eu sei, mas é que depois de escrever, e ler e reler, não tive coragem para publicar.
Na verdade, o que acontece é que eu cansei de me expor em relação a você. Passa tanta coisa na minha cabeça, e no meu coração, quando estou pensando em você que escrever é o único meio de tentar tornar as coisas claras. Mas publicar isso, para todo mundo ver, menos você, me parece agora loucura demais.
Sei que já escrevi duzentos e trinta e cinco textos sobre o que eu sinto, sobre o quanto eu lamento não termos dado certo, sobre o quanto eu sofri enquanto ainda tinha esperanças.
Mas as coisas estão diferentes agora, estou vivendo numa cidade nova, e por mais que eu deseje não vou encontrar você ao acaso no supermercado. Também tenho um namorado agora, te contei não foi? Ele me faz incrivelmente feliz, ainda que tenhamos problemas - coisas do meu mau humor, da minha correria de sempre, ainda lembra? Comecei usar lentes de contato, mas não consegui largar os óculos vermelhos totalmente. Emagreci dois quilos. Já alisei meus cabelos, mas agora estão enrolados outra vez. Estou indo muito bem na universidade, já fiz vários outros amigos, e mantenho aqueles poucos que você já conhecia.
E sem querer, acabo por escrever mais um texto em que você aparece.
Como é que pode esse tipo de coisa continuar acontecendo? Eu continuar me importando com o que você sabe, com o que você pensa, com que você faz. Não, it's not a big deal. Eu já te disse, esse meu excesso de sentimentos por você não significam muita coisa. Nós não somos uma opção. E nem se atreva a duvidar disso. Mas passa tanta coisa dentro de mim, quando seu nome, ou seu rosto aparecem, que eu fico até constrangida. Uma vez eu juntei tudo o que eu já tinha escrito sobre você, e te forcei a ler, mas agora até isso não parece mais ser aceitável.

2 comentários:

  1. Com o tempo fica mais fácil. beijos e se cuida.

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  2. É sempre difícil não escrever sobre amores passados! Mesmo que hoje eles já não façam tanto a nossa cabeça. Mas eu sempre que começo a escrever quando vejo estou falando quase sempre da mesma pessoa.
    Muito bom, bejos

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