segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Uma caixinha

Ela era uma menininha durona. Todos que conviviam com ela sabiam que ela amava diferentes pessoas, de diferentes formas. Mas o que poucos sabiam é que ela tinha uma caixinha. E que toda vez que ficava sozinha a caixinha aparecia ao lado dela. Pequena, discreta, trancada.
Um dia, mesmo sem chuva, uma triste coisa aconteceu. Então menininha chorou, e ninguém a compreendeu. Ela pegou a caixinha, abriu receosa e ali guardou aquela tristeza. A sensação que ela tinha era de que enquanto a caixinha estivesse fechada, não precisaria chorar por aquilo de novo.
Ela não queria chorar de novo, e não conseguiria lidar com aquela dor.
Mas havia algo de errado com a caixinha, a tranca parecia não aguentar a força daquela tristeza. Cada vez que a menininha ficava sozinha, sentia medo de que tudo viesse a tona.
A menininha não deixou de ser durona, mas cresceu com medo daquelas lágrimas. Não criou coragem de enfrentar a dor, e por isso, sofria toda vez que ficava sozinha.

Não tão autobiográfico como eu gostaria. A caixinha continua fechada, e fica difícil escrever sobre
a tristeza que há nela.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

BBB

Pra quem não teve a sorte de ganhar nem um milhãozinho na Mega Sena da virada, pode fazer como eu e sonhar em ganhar o Big Brother Brasil.

Se eu tivesse a chance de estar na casa mais vigiada do país, eu não iria perder tempo com os discursos. Eu iria entrar com tudo. É claro que eu não conseguiria entrar pro time das boazudas, mas com o meu jeito 'faço comentários inteligentes' eu descolaria uma vaga na panelinha dos queridinhos do Brasil. Cheia de energia, me esforçaria pra fazer as pessoas se divertirem. Não indicaria ninguém pro paredão por motivos de afinidade (fala sério, quem é que elimina alguém por AFINIDADE? A gente só escuta essa palavra no confessionário). Lá pra 3ª semana eu arranjaria uma briga com aquela guria metida que fica falando mal de todo mundo. E se eu sobrevivesse depois disso iria continuar me jogando na piscina, malhando (?) na academia, dançando horrores nas festas, curtindo pra valer. Se eu arranjaria um bofe na casa? Só se alguém me quisesse, né...

Pauta pra Capricho - O que vocês fariam dentro da casa para ganhar o prêmio que agora é 1,5 milhão?

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O que acontece depois...

Eu já amei intensamente, já me desiludi com o mundo e com as pessoas, mas no momento, eu sinto raiva daqueles que me ensinaram que tudo precisava de um fim.
Sinto raiva de não ter aprendido antes que era só mudar de capítulo e as coisas melhorariam. Sinto raiva de não ter aprendido antes que quando eu enfrentasse, e não precisava ser de frente, a dor finalmente teria fim.
Preciso dizer que nenhuma pessoa é tão ruim quanto a gente acredita, e que não precisa de muito tempo de diálogo pra descobrir isso.
Que existem pessoas que vão nos fazer chorar, e que em meio a essas lágrimas também vão nos fazer sorrir. Não por nos oferecerem aquilo que esperamos, mas por dividirem com a gente as suas verdades.
Que não há como viver uma vida própria se baseando nas experiências e verdades dos outros. Que é preciso criar a sua própria opinião e seus próprios conceitos.
Que uma mentira dita mil vezes não se torna verdade. E que o tempo perdido não volta jamais.
Depois de um tempo vivendo, você percebe que é preciso aproveitar cada instante. Mas que algumas vezes é preciso ter alguém que nos lembre disso. E que é bom ter por perto pessoas com coragem de te mandar superar, viver e amar, por mais arriscado que essa ordem seja.
Você percebe que estar ligado a alguém, é se alegrar com as coisas que o fazem feliz. E percebe o quanto um sentimento é intenso, ao sorrir sinceramente mesmo sentindo raiva, ciúmes e frustração com as suas conquistas.

Então você se sente realmente aliviado em descobrir essas coisas. Se sente bem, por conseguir criar expectativas de um futuro melhor. Por conseguir olhar pra trás e deixar as frustrações lá. Quando você aprende todas essas coisas, você finalmente se torna capaz de se fazer feliz.
Você deixa de culpar as pessoas pelas suas dores e deixa também de se culpar por elas.
Você cria coragem para olhar as suas feridas e ri ao lembrar de como as conseguiu.
Você sorri dos momentos que viveu, e acredite, você se sente agradecido por tudo o que aconteceu.
Ou talvez isso só seja verdade pra mim. Talvez esse tipo de remédio seja tão específico que copiar a receita seja prejudicial. Eu não sei.


Quem acompanha o blog há mais de um ano, leu muitos textos meus sobre uma desilusão amorosa. Nesse novo ano, achei justo contar como é superar e o que acontece depois disso.