sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Quando chove.

Ouço um som constante, dessa chuva que insiste em cair, me rendo as convenções e aceito uma xícara de chá, desses desbotados e sem gosto. As coisas não são mais como há anos atrás, o mundo está tão agressivo e desleal, e posso ver por um óculos que já não suporto ter que lavar. Vejo sorrisos, viagens, e descaso. Não são ações alarmantes confesso, elas são sutis, e se fazem entender quase que nas entrelinhas. São lembranças que vem por uma noite, e que então voltam a ser uma sombra quase que imperceptível. São propostas que surgem numa noite, quase que numa ofença a vida que já se vive. São quases que enchem, esgotam, e vão pouco a pouco roubando o brilho da vida vivida. E então vejo outros que fogem pra longe, e que podem fugir, que se escondem em meio a dunas de uma praia bonita, ou embaixo da neve de uma cidade americana. Vejo pessoas que se escondem num quarto qualquer de uma cidade qualquer, fingindo pro mundo e pra si mesmos que estão satisfeitos com a vida que têm. Aceito outra xícara de chá, como se quisesse me embrigar desse líquido quente. A chuva não para, nem lá, nem cá. A frustração, os sonhos, o cansaço, a esperança, nada disso para. E por sorte, num sinal de que nem tudo é desprezível, as pessoas que se foram, um dia hão de voltar.

3 comentários:

  1. AS pessoas são falsas, vivem de coisas falsas... Duvido que as pessoas voltem um dia e se voltarem não as quero mais. Beijo

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  2. É engraçado pensar no comportamento das pessoas...
    Talvez elas voltem...
    Talvez não...
    Mas o que vai fazer diferença é como irá trata-las...

    Bjs

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  3. As vez quem foi, não deveria voltar. Mas se voltar, talvez valha a pena.

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