quarta-feira, 27 de agosto de 2014

É tão complicado

É complicado escrever aqui de novo, tanta coisa mudou em mim e na vida e as palavras que antes eram doces chegam a me machucar. O amor não é assim tão simples, e nem dá pra dizer que mais alguém entende o que é que se passa dentro de mim. Mas as pessoas continuam tentando. Arriscando saber quem eu amo,  tentando adivinhar se eu tenho ou não romances secretos do mundo. Tentando adivinhar quem é que eu realmente sou e os motivos que me regem. 
É complicado escrever aqui de novo, porque parece que tudo que está nessas linhas é literal e fiel. Como se de fato, eu tivesse alguém perdendo tempo me convencendo a comer ovos de gema mole. Como se eu realmente não conseguisse mais descer escadas correndo, ou como se até aquela coisa de ter escrito 236 textos sobre alguém fosse real. 
Não é, não é, não é. É claro que eu sei que existem pessoas que me amam, o que eu nunca pensei que ficaria tentada a explicar é que nem tudo é assim como quando está escrito. Eu seria a mulher mais sortuda do mundo se tivesse mesmo um moço como esse dos últimos textos na minha vida, assim como adoraria que homens como Maxon, Gale, Peeta, Fernando Seixas, até mesmo o Alex - personagens dos meus livros mais queridos - existissem. 
É complicado escrever quando parece que tudo precisa ser explicado para que não hajam mal entendidos. É complicado escrever quando tenho que pensar e repensar as palavras para que alguém não ache que descobriu os segredos mais escondidos da minha vida quando simplesmente pôde ler um dos meus textos.
Eu queria poder dizer que sou mais do que esses textos, mas acho que eles é que são muito mais do que eu. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Eu sei que você me ama

Eu sei que você me ama. Pode parecer um absurdo eu dizer isso, mas descobri esses dias que você realmente me ama. É sério, você que não sente saudade, é sim capaz de amar alguém.
Eu sei que você me ama porque você me diz bom dia, não pelo hábito ou por educação, mas diz querendo contribuir para que haja sorriso nas minhas manhãs. Sei que me ama, porque você é capaz de querer me ver com cara de sono, e porque ri, sabendo que eu estou sempre com sono.
Sei que me ama porque você deixa a barba por fazer, reforçando a sua dedicação em me agradar. E tenho certeza que você me ama porque você me deixa te fazer um carinho, mesmo sem ter certeza de que gosta da sensação.
Você me ama porque respeita minha paixão por carne, e ainda não desistiu de me fazer apreciar ovos com gema mole. Sei que me ama porque me manda ir ao mercado, e ameaça ligar pro delivery todas as vezes que eu não quero fazer o jantar. Você me ama de óculos, de lentes de contato, de cabelo liso ou cacheado. Me ama brava, e me ama mais ainda sorrindo. Me ama com o biquíni branco, e continua me amando com o biquíni vermelho de franjas que você acha feio.
Sei que me ama porque você não dorme antes de tentar resolver uma mágoa, e porque você continua me amando mesmo quando discorda de mim. Me ama dizendo que eu estou certa, e me ama mais ainda quando pode dizer que estou errada - e diz, com um sorriso encantador.
Sei que me ama porque eu nunca precisei perguntar se era amor, nunca duvidei que era amor, e porque você me deixou descobrir sozinha que era mesmo amor.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Como uma carta

Já fazem muitos dias que eu não consigo escrever um texto. Tenho exatamente oito rascunhos, cheios de frases e emoções que não parecem bons o suficiente para serem texto sabe? E eu posso ver você me dizendo que essa minha mania de perfeição é que me deixa doida. Mas eu não estou doida. Você, mais do que ninguém, deveria saber disso.
Deveria saber que eu gosto de você, e que tenho motivos racionais pra isso. Você é inteligente, amável e é extremamente confortável ficar ao seu lado. Você nunca me força a andar de mãos dadas e eu não te forço a me mandar bom dia todas as manhãs.
E também não há necessidade de dizer que é amor, nem mesmo de dizer se é mesmo amor, e não me importam os títulos, as formalidades, você devia saber que não me importa. Não importa se você vai me dar flores, chocolates ou um abraço apertado, o que importa é você ter anotado na sua agenda uma data importante, e me olhado nos olhos e pedido para eu não te deixar esquecer. Eu entendo que você morre de medo de me desapontar, e de me ver ir embora. E eu valorizo seus esforços, já te disse uma vez, eu percebo, e reconheço, mas as vezes eu me rendo ao péssimo hábito de só verbalizar as coisas ruins, e guardar pra mim as boas. Sinto muito se isso te faz sentir desvalorizado.
Sinto muito também por não conseguir usar uma resenha de um filme ou livro, para deixar só subentendido os meus sentimentos. Não é assim que funciona. Eu escrevo o amor, a saudade, e muitas vezes aquela coisa de tristeza e dor, mas escrevo assim ó: como uma carta. Carta que tem destinatário definido, mesmo que muitos leiam e recebam pra si essas palavras,  e você bem sabe que muitos recebem. E eu posso te ver perguntando como é que você vai saber se o texto é pra você, ou pro outro, e pro outro, e pro outro... não há como saber. Vou pegar emprestado uma ideia que li hoje num texto muito bem escrito: o que há, de fato, da pessoa que escreve, e o que há de nós mesmo, os que leem, ali? 
E você pode estar lendo isso agora, e desejando dizer isso a alguém, ou você pode estar tentando adivinhar pra quem é que eu escrevi esse texto, só que há, de fato, muito mais de você nessas suas interpretações do que de mim. Você pode tentar, mas não se iluda, não é tão simples assim, ler os textos e através deles me ler. Não há como vir aqui, ou ler meus rascunhos, e entender se é ou não amor. Nem há como saber se sua terapeuta diria para você se afastar de mim. Não há como saber, especialmente quando nunca se tem coragem de perguntar.