Sempre pensei que amor significasse sofrimento. Vocês sabem, a gente se apaixona, se encanta, vive alguns lindos momentos em casal e depois as coisas desandam. A gente chora por noites seguidas, as músicas no rádio nos perseguem e sentimos como se o nosso coração nunca mais fosse se recompor. Então algo mágico acontece, conhecemos alguém que parece perfeito e o ciclo começa outra vez. E no final das contas tudo o que a gente tem é um monte de histórias com finais infelizes, um coração todo remendado, e ninguém ao nosso lado.
Olhando por esse ângulo, talvez eu não tenha acreditado nisso sempre, mas me parece fazer muito sentido agora.
Parece meio precoce dizer essas coisas com só 17 anos, mas é que não consigo enchergar o amor de outra forma. Vejo casaisinhos na rua, e eles parecem bem e felizes. Ainda assim acho que eles só estão se enganando. No final das contas eles vão acabar brigando por algum motivo besta, e provavelmente vai sobrar pra alguém como eu consolar um deles, ou ambos.
O amor que se prega ultimamente não faz sentido pra mim, talvez porque eu não ame. É isso mesmo, não sou daquelas que foi largada por alguém, ou que não tem pretendentes. Não sofro mais por nenhum rapaz, e nem sou 'de se jogar fora'.
Sou simplesmente alguém que conhece bem a estranha sensação que é não sentir nada. Por ninguém. E desejar ardentemente se apaixonar. Sonhar noite e dia por ter alguém pra fazer companhia, pra abraçar, pra discutir, pra ter por perto. E simplesmente não ter.
Isso, sou também essa contradição. Sei e acredito que o amor é uma dor, e ainda assim eu queria. Queria que fizesse parte de mim assim como alimentação é essencial para que eu sobreviva. Não que eu seja masoquista, mas eu gostaria de ver o amor com outros olhos. Queria estar na pele de quem ama e é correspondido, pra saber de verdade o que isso significa. Queria parar de só filosofar. Queria sentir, queria saber, eu queria...